segunda-feira, 1 de março de 2010

O Diário de Anne Frank



Terça-feira, 11 de Abril de 1944
"Querida Kitty:


Sinto como que marteladas na cabeça! Nem sei por onde começar. Sexta-feira (Sexta-feira Santa) à tarde, e no sábado também, fizemos vários jogos. Esses dias passaram-se sem novidade e bastante depressa. No domingo pedi ao Peter que viesse aqui e mais tarde subimos e ficámos lá em cima até às seis horas. Das seis e quinze até às sete horas ouvimos um belo concerto de música de Mozart; do que mais gostei foi da «K'eine Nachtmusik». Não consigo escutar bem quando há muita gente à minha volta, porque a boa música comove-me profundamente.

(…) As nove e meia o Peter bateu à porta e pediu ao pai que subisse para lhe ensinar uma frase inglesa muito complicada.
- Aqui há gato - disse eu à Margot. - Ele não está a dizer a verdade.

E tinha razão. Havia ladrões no armazém. Com rapidez, o pai, o Peter, o sr. van Daan e o Dussel desceram. A mãe, a Margot, a srª van Daan e eu ficamos à espera. Quatro mulheres cheias de medo não podem fazer outra coisa senão porem-se a falar. Assim fizemos. De repente, ouvimos, lá em baixo, uma pancada forte. Depois, silêncio. O relógio deu dez menos um quarto. Estávamos lívidas, muito quietas e cheias de medo. Que foi feito dos homens? O que é que significava aquela pancada? Haverá luta entre eles e os ladrões? Dez horas. Passos na escada. Entra primeiro o pai, pálido e nervoso, depois o sr. van Daan.
- Fechem a luz. Subam sem fazer barulho. Deve vir a polícia.

Agora não havia tempo para medos. Fechámos a luz. Ainda peguei no meu casaquinho e subimos."


Uma boa proposta de leitura e uma chamada de atenção para que a História não se repita!

Conhece a história de Anne Frank! Podes visitar a casa de Anne Frank e seleccionar o idioma







Notícias publicadas na imprensa a 12 de Janeiro de 2010

Miep Gies, que ajudou Anne Frank e a sua família a esconderem-se dos nazis em Amesterdão durante a II Guerra Mundial, morreu segunda-feira aos 100 anos, anunciou segunda-feira o site de Internet da sua família.
Miep Gies escondeu e salvou o diário íntimo da adolescente judia alemã que, denunciada bem como a sua família, foi deportada para o campo de concentração nazi de Bergen Belsen, onde morreu em 1945.
Nascida a 15 de Fevereiro de 1909 em Viena, Miep Gies chegou à Holanda aos 11 anos.
Na Primavera de 1942 aceitou ajudar o seu patrão Otto Frank, pai de Anne, a esconder toda a sua família. A 6 de Julho do mesmo ano, os quatro membros da família Frank, aos quais se juntaram mais tarde quatro outros clandestinos, refugiaram-se num esconderijo construído num anexo da sua casa, construção que abrigava também a empresa familiar, Opekta.
Durante dois anos, Miep Gies e três dos seus colegas encarregaram-se do abastecimento diário e da segurança da família Frank. "Não sou uma heroína (...) Apenas fiz que pude para ajudar", declarou Gies.

Os oito clandestinos foram denunciados e detidos a 4 de Agosto de 1944, sendo enviados para um campo de concentração.

Após a passagem dos nazis, Miep Gies descobriu no esconderijo os manuscritos de Anne Frank, que conservou. No fim da guerra, Miep Gies entregou-os a Otto Frank, único sobrevivente dos oito clandestinos.

A primeira edição do "Diário de Anne Frank", que nunca teria sido conhecido sem a contribuição de Miep Gies, foi publicada em 1947 em holandês, sob o título "Het Achterhuis". Desde então foi traduzido em 70 línguas, sendo um dos livros mais lidos ao Mundo.




Sem comentários:

Enviar um comentário